quarta-feira, 9 de abril de 2008

Ausência



Ausência


Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

(Carlos Drummond de Andrade)

Um comentário:

Maria Clarinda disse...

Sem sombre de dúvida um dos meus poemas preferidos de Carlos Drumond:
Foi lindo andar pelo teu blog.
Jocas